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Terceira edição do "Social Talk" impulsiona organizações sociais

Inspirada no reality de empreendedorismo norte-americano Shark Tank, a FEA Social organiza a versão USPiana da competição: o Social Tank. Já na terceira edição, o evento com enfoque socioambiental recebeu ONGs e negócios de impacto social para apresentarem piches de seus projetos no último dia 28. A ideia é que possíveis investidores e mentores possam conhecer a missão de cada organização e oferecer caminhos de desenvolvimento.
Neste ano, a batalha foi dividida em duas categorias: ONGs e Negócios de Impacto Social (NIS). As ONGs que participaram foram o Instituto Salve Quebrada, que busca levar justiça social à periferia, e a Orquestra Locomotiva, que desenvolve projetos de educação musical. Já como NIS – organizações do setor 2.5 que misturam o empreendedorismo com a preocupação socioambiental – participaram as plataformas Gift Aid, de presentes em formato de doações, e Mães Negras do Brasil, rede de apoio para mulheres pretas. Cada uma teve seis minutos para apresentar seus piches e convencer as juradas sobre o propósito do seu projeto.
Após a exposição, cada concorrente recebeu uma análise técnica com feedbacks da banca de jurados. Ela foi composta por Ana Carolina Cespedes, coordenadora social na TETO Brasil, Bruna Tsarbopoulos, diretora administrativa no Instituto Semear, e Patricia Zanella, cofundadora da Ecociclo. O evento tem por objetivo impulsionar o crescimento do setor social, promover a conscientização socioambiental e facilitar a colaboração entre organizações. Por isso, todas as participantes foram premiadas com mentorias de cases de sucesso, como o Instituto Ambikira, a plataforma Atados, o Instituto Semear e a Ecociclo.
Pela categoria de melhor NIS, venceu Mães Negras do Brasil. Pela categoria de melhor ONG e organização mais inspiradora segundo a avaliação do público, o Instituto Salve Quebrada foi o vencedor, com direito a um cheque de R$ 2.000. As duas organizações receberam um troféu de material reciclado produzido pela Arte 8 Reciclagem.
Mães Negras do Brasil
O projeto vencedor da categoria NIS foi a plataforma Mães Negras do Brasil, fundada por Thais Almeida Lopes. A engenheira mecatrônica, após ter uma filha, sentiu a necessidade de uma rede de apoio entre mães negras, que compartilhem das mesmas vivências. Assim surgiu a comunidade virtual com produtos e serviços que conversam com as demandas das mulheres negras. A proposta é ser um negócio de impacto social que fomente a prosperidade – não apenas financeira – dessas mães. “A gente nasceu como uma comunidade e, a partir disso, procurou e desenvolveu oportunidades de negócio”, explica Thais Lopes sobre sua organização do setor 2.5.
A plataforma é freemium, com um sistema de recursos gratuitos e para assinanates parecido com o Spotify, e possibilita a divulgação de serviços e conversas em grupos. A assinatura oferece benefícios em eventos, mentorias coletivas e um curso de letramento racial. Além de usuários individuais poderem se inscrever, a plataforma também vende planos para empresas que se preocupam com a maternidade de suas funcionárias negras. A comunidade conta hoje com mais de 1400 mulheres associadas em todo o Brasil.
Instituto Salve Quebrada (ISQ)
Vencedor da categoria ONG pelos jurados e organização mais inspiradora pelo público, o ISQ começou com a arrecadação de alimentos para pessoas em situação de vulnerabilidade atingidas pela pandemia em São Paulo. Hoje atua em diversas frentes em 10 bairros diferentes. Olga Franco, fundadora e presidente do Instituto, ressalta que a atuação do ISQ é crucial para comunidades marcadas por desigualdades históricas. Ela explica que a missão da organização é de aproximar a periferia das oportunidades: “Existem muitas potências na periferia: as pessoas”.
Os pilares de impacto do instituto são desenvolvimento econômico, arte e cultura, esportes e educação. Entre as ações desenvolvidas, destacam-se a Escolinha de Futebol ISQ, no bairro dos Pimentas, em Guarulhos, o ISQ contra a fome, que distribui cestas básicas e quentinhas, e a Oficina Caminhos Bordados, com mulheres do Jardim Miriam. O Instituto já impactou mais de 25.900 pessoas desde 2019, quando surgiu.
Participação do público
Os espectadores do Social Tank, além de votarem na organização mais inspiradora, participaram de uma dinâmica de perguntas e respostas sobre os piches anteriormente apresentados. Em uma plataforma online (Kahoot), quem respondesse mais perguntas em menos tempo receberia uma caixinha de som bluetooth. Ao final, ocorreu um coffe break para todos os participantes.
O evento que ocorreu na sala da Congregação contou com o patrocínio da FEA Jr., do Fundo Patrimonial FEAUSP, da Arte 8 Reciclagem e da Santa Madalena Break Corporativo.

Texto de autoria de Lucas Lignon

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