Você sabe o que é um NIS? Trata-se de um Negócio de Impacto Social, uma empresa que busca conciliar a sustentabilidade financeira com a geração de impacto socioambiental. Foi buscando conhecer e premiar empresas desse tipo que a FEA Social, entidade estudantil da FEAUSP, organizou no dia 24 de agosto a segunda edição do ”Social Tank”, evento inspirado no Shark Tank, reality norte-americano, e patrocinado pelo Fundo Patrimonial FEAUSP.
As empresas convidadas apresentaram pitches de seus projetos para uma banca de juradas e investidores composta por Isabela Yagi, diretora de operações na Espresso Labs, Tayane Costa, gerente de marketing e parcerias na Litro de Luz, e Valquíria Leiria, head de B2B na 4YOU2 Idiomas, para que pudessem avaliar e repassar feedbacks, antes de decidirem em conjunto se investiriam ou não na empresa. Os critérios utilizados pelas juradas foram a gestão financeira do modelo de negócio, a qualidade da ideia, o potencial de crescimento do NIS, e o impacto social gerado.
O evento não tem foco em premiar uma única empresa vencedora, mas estimular a criação e crescimento de projetos que dediquem esforços ao setor de impacto social. Por isso, todas as empresas foram contempladas com alguma forma de premiação. Luiza Metidieri, da Aurora Social, um dos NIS que participou da primeira edição, mas não foi o vencedor, disse que os feedbacks recebidos, assim como a premiação — uma mentoria com a Litro de Luz, empresa que marcou presença nas duas edições — foram importantes para repensarem o modelo de negócios da organização.
Nesta edição, as participantes foram a Inside ESG, o Projeto SOMA, a Visionária Lab e o Bora Transformar, que concorreram a um troféu da Arte 8 Reciclagem e mentorias especializadas da Litro de Luz Brasil, organização que atua na iluminação de comunidades sem acesso à energia elétrica, Marcio Giannico, head de governos, instituições e universidades no Santander Brasil e Bruno Peres, professor de Marketing na FAAP e na FIA.
A grande vencedora da noite — eleita tanto pelo público quanto pelas juradas — foi a Visionária Lab, empreendimento que atua no mercado audiovisual há seis anos, e busca promover a equidade racial e de gênero no mercado criativo através da empregabilidade de juventudes plurais e inovações na construção de narrativas. As propostas de impacto para o setor segundo Ana Carolina Martins, cofundadora da Visionária, são a inclusão criativa, a formação profissional continuada e a promoção do entendimento do acesso aos direitos.
Isabela Yagi indicou a robustez do projeto e o tempo no mercado como um dos critérios que fez a Visionária se destacar. A jurada ainda destacou o potencial de mobilização do tema abordado pelo projeto. “No mercado do audiovisual fala-se muito sobre representatividade, e na Visionária, para além da representatividade das personagens, existe também a questão da empregabilidade de produzir naquele conteúdo. Falar sobre temas complexos e delicados trazendo não só no conteúdo, mas também no processo de produção desse conteúdo”.
O potencial de crescimento do projeto também foi valorizado. “Eles têm um mecanismo claro de crescimento em um mercado com muito incentivo público. Também têm possibilidades de parcerias com empresas privadas para crescer, e eu não me surpreenderia se daqui a alguns anos a gente visse produções deles no mainstream”, concluiu Yagi.
A Inside ESG é uma consultoria em sustentabilidade com foco em pequenas e médias empresas. O Projeto SOMA tem como pauta a moradia no centro de São Paulo para famílias na faixa de três a cinco salários mínimos. E a Bora Transformar é um serviço destinado a profissionais que querem trabalhar com ESG. O evento ainda contou com um coffee break organizado pela Nutri Júnior, e uma dinâmica entre os participantes valendo uma Alexa.
Texto por Diego Lobo Coppio